Dia Mundial da poesia

Assinala-se esta quinta-feira [21.03.2024] o Dia Mundial da Poesia. A efeméride foi estabelecida na 30.ª Conferência Geral da Organização das Nações Unidas das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em 1999, com o objectivo fazer com que a expressão poética seja uma forma de apoiar a diversidade linguística e forma de divulgação de idiomas ameaçados de extinção.

Este dia pretende salientar a importância da poesia enquanto manifestação artística comum a toda a Humanidade.

A leitura, a escrita, a publicação, o ensino da poesia, a pluralidade linguística e cultural, e o ensino e declamação da poesia, são algumas das actividades realizadas para celebrar esta data. Em Angola, o período entre 1945 e 1960 foi chamado da “angolanidade da poesia”.

Em 1951 inicia-se a publicação da revista Mensagem, que vai marcar o início da poesia moderna de Angola. No primeiro número colaboram, entre outros, Mário António, Agostinho Neto, Viriato da Cruz, Alda Lara, António Jacinto e Mário Pinto de Andrade. A publicação da revista, no dizer de Ana Mafalda Leite, “foi o resultado concreto da ambição desta nova geração de intelectuais de Angola de amplificar o movimento cultural iniciado nos anos 40 por Viriato da Cruz.”

A temática dos escritores da Mensagem gira à volta de tópicos como a valorização do homem negro africano e da sua cultura a sua capacidade de autodeterminação, a nação africana que se antevê como estado com autoridade e existência próprias. Muita da poesia de protesto anticolonial, sem deixar de ser humanista e social. Agostinho Neto, Viriato Cruz e Mário António concentram muito da sua produção nesta temática.

Toda esta geração de poetas e escritores, utilizando recursos líricos e dramáticos, ao criar uma poesia de fundo e cariz emocional, prolonga, definitivamente as linhas iniciadas pela Geração da Mensagem, solidificam determinadas posições político-sociais e inicia um ataque cerrado para pôr fim ao tempo da «voz abafada, da escrita da dissimulação e engano»;

Através da poesia, descobre-se Angola, as suas origens, as suas tradições e mitos. A obra principal de Agostinho Neto, “Sagrada Esperança,” é uma amostra valiosa não só da poesia de combate e contestação mas também da poesia lírica e intimista, frequentemente modulada por uma religiosidade profunda.

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